O uso de redes sociais coloca o green card nos Estados Unidos sob Trump

O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, propôs novas regras e pretende intensificar a avaliação de imigrantes que solicitam cidadania, cartão verde ou asilo, incluindo a análise de suas redes sociais. A medida foi anunciada pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) e faz parte da Ordem Executiva 14161, assinada pelo líder dos EUA em 20 de janeiro de 2025.

Segundo o governo de Trump, a idéia central é fortalecer a segurança nacional e impedir fraudes, mas a proposta já levanta debates sobre privacidade, liberdade de expressão e possíveis abusos.

A Ordem Executiva 14161 visa melhorar os processos de detecção e verificação das agências federais dos Estados Unidos, com o objetivo de impedir a entrada de pessoas que representam uma ameaça terrorista, com a segurança nacional ou pública do país. Essa medida busca modernizar e fortalecer mecanismos de controle sob o olhar americano.

A proposta do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) estabelece que os agentes examinam imigrantes, interações e conexões para identificar possíveis riscos.

Se implementado, a nova regra pode afetar mais de 3 milhões de imigrantes anualmente e requer um aumento de quase 286.000 horas de trabalho para os funcionários da USCI. Além disso, a medida pode afetar os processos de naturalização, residência e autorização de viagens, o que torna mais rigoroso aprovar solicitações migratórias.

Monitoramento digital e seus impactos

Com a mudança, o USCIS terá a liberdade de examinar publicações, interações e conexões sociais dos imigrantes. O objetivo é verificar se as informações fornecidas nos aplicativos de imigração são consistentes com a vida digital dos candidatos.

Os fatores que podem gerar complicações são publicações que contradizem declarações oficiais, associações com grupos consideram suspeitos e conteúdo que podem ser interpretados como um pedido de desculpas por crimes. Os especialistas alertam sobre o risco de interpretações errôneas que podem resultar na negação de aplicações de imigração.

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O advogado Vinicius Bicalho, especialista em imigração, ressalta que qualquer mentira ou informação falsa identificada nas redes sociais pode ser considerada um crime de perjúrio, danificando o candidato.

“Além disso, publicações que demonstram apoio a conduta criminal ou conflito com os valores dos Estados Unidos podem levar a problemas”, alerta ele.

Bacalo esclarece que, apesar da preocupação com a liberdade de expressão, o compartilhamento de opiniões políticas não deve levar a punições diretas, a menos que seja um crime, como calúnia ou difamação.

“Se eles o chamam de notícias falsas aqui, um crime é configurado, pode ter uma consequência. Agora, ver notícias com um viés diferente dificilmente terá consequências ”, diz ele.

Os imigrantes podem apelar?

A possibilidade de apelar de uma decisão negativa dependerá do tipo de aplicação e do visto em questão. Segundo Bicicalho, alguns processos permitem recursos administrativos ou judiciais, enquanto outros não oferecem essa alternativa.

“A recomendação para os imigrantes é revisar suas redes sociais e excluir publicações antigas que podem ser mal -entendidas. Se houver algo que possa ser lido mal ou não refletir a realidade atual da pessoa, é melhor eliminar antes de causar problemas ”, sugere o advogado.

Outro ponto de atenção é que a inspeção não terá um período definido. Os agentes poderão acessar e avaliar publicações antigas e recentes sem restrições, o que reforça a necessidade de cautela na construção da identidade digital dos imigrantes.

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Risco de perseguição política e privacidade no debate

Embora os Estados Unidos tenham legislação que proteja a liberdade de expressão, os críticos da medida argumentam que a expansão do monitoramento digital pode abrir precedentes para perseguição política ou discriminação contra certos grupos.

O risco de perseguição política é um fator que se importa, mesmo que os Estados Unidos pregam a liberdade de expressão como um direito fundamental, reforça de que não há proteção absoluta para os imigrantes em relação à confidencialidade de suas redes sociais. “As autoridades de imigração têm o direito de ter acesso a dispositivos telefônicos imigrantes, se você quiser, sem confidencialidade, pois é algo de interesse nacional nos Estados Unidos”, explica ele.

Dado o novo cenário, a recomendação de especialistas é que os imigrantes adotem uma postura cuidadosa na Internet. Segundo Bicicalho, é importante manter a coerência entre a vida on -line e as declarações feitas às autoridades são atitudes essenciais.

“Suas redes sociais devem refletir quem você realmente é. Se agir corretamente na vida real, isso também deve ser mostrado no ambiente digital ”, diz o advogado.

O USCIS abriu um período de 60 dias para receber comentários da população antes da decisão final. A medida faz parte de um governo de Trump mais amplo para endurecer as regras migratórias, aumentando o controle sobre os candidatos a green card.

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