Os membros do primeiro nível do governo Lula acreditam que o imposto de 50% sobre os produtos brasileiros, anunciado por Donald Trump para entrar em vigor em 1º de agosto, é um penhasco do presidente dos Estados Unidos.
A intenção seria pressionar a Suprema Corte para se aposentar no julgamento de Bolsonaro e fazer Lula revisar a posição do Brasil no conflito do Oriente Médio e em defesa de uma moeda alternativa ao dólar no comércio entre países do BRICS.
Os ministros com um assento no Planalto Palace ouvidos pela coluna avaliam que o anúncio dos Estados Unidos é um instrumento de pressão e que as taxas não entrarão em vigor, pelo menos não nos moldes revelados, no próximo mês.
“Tivemos um exemplo disso. Trump anunciou as taxas para a China em abril e logo depois que ela recuou. Faz esses movimentos para ver como as pessoas reagem”, disse um assistente de Lula à coluna.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas em produtos brasileiros
Governo dos Estados Unidos
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JAIR BOLSONARO é acusado de uma tentativa de golpe em 2022
Vinícius Schmidt/Metropolis
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Os ministros de Lula avaliam que as taxas de Trump são lâmpadas para pressionar o país
Bornno esaki/metropolis @brenaesakifoto
Em abril, Donald Trump anunciou taxas de 145% para a China. Dias depois, as taxas caíram para 55%, com 25% dos impostos estabelecidos no primeiro mandato de Trump.
Na negociação com a China, a exploração e o processamento do raro mineral pesavam a favor do lado asiático. O país tem a maior reserva mundial desses recursos, seguida pelo Brasil.
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Em resposta à ameaça de impostos, os chineses proibiram exportar esses minerais para os Estados Unidos, incluindo elementos essenciais, essenciais para a indústria de tecnologia.
O elemento é usado na fabricação de ímãs presentes em fones de ouvido, armas e especialmente veículos. A reação causou pânico no setor industrial dos Estados Unidos.
Resposta do Brasil
Na quarta -feira (9/7), o líder do PT na câmara, Lindbergh Farias, deu o tom da resposta brasileira aos impostos. Segundo ele, o Brasil é um dos poucos países com os quais os Estados Unidos mantêm superávit comercial.
“Bem, aqueles que aconselham o Sr. Trump? Os dados mostram o contrário: desde 2009, os Estados Unidos têm superávits comerciais com o Brasil. Nosso país importou US $ 88,6 bilhões a mais do que exportou. O Brasil é um dos poucos países do mundo com os quais os Estados Unidos têm superplugas comerciais”, disse o parlamentar à coluna.
“O balanço comercial brasileiro com os Estados Unidos tem um déficit desde 2009. Ou seja, nos últimos 16 anos, o Brasil compra muito mais do que vende para os Estados Unidos. O relacionamento comercial é marcado pela predominância da economia dos Estados Unidos, de acordo com a série de números da série histórica do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços.
Lei de reciprocidade
A resposta de Lula a Trump passa pela lei brasileira que permite a adoção de medidas contra tarifas hostis ou barreiras comerciais impostas por outros países: a lei da reciprocidade.
A disposição estabelece a aplicação de tarifas adicionais, a suspensão de concessões comerciais e até o não complemento às obrigações relacionadas à propriedade intelectual.