A disseminação do ex -jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, que deu mais de 60 golpes para sua namorada, e a revelação das imagens brutais do crime, que ocorreu dentro de um elevador, gerou uma reação perturbadora nas redes sociais.
Depois que o caso surgiu e o ex -atleta foi preso, várias pessoas, especialmente mulheres, começaram a declarar amor, interesse afetivo e até desejar “ajudar” o agressor. O comportamento tem um nome: Hybristofilia, a atração por criminosos violentos.
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Não novo
A situação alarmante levantou um alerta entre os especialistas em sexualidade e cultura. Para Heitor Werneck, produtor cultural fetichista do desfile LGBTQIAP+ de São Paulo e criador do projeto Luxuria, um dos maiores partidos do BDSM da América Latina, esse fenômeno está longe de ser novo.
“O fetiche em criminosos violentos começa no cinema. Você vê filmes, gangues e até super -heróis da máfia como os vilões de Batman. Todas as mulheres e companheiros marginais são extremamente bonitos, bem cuidadosos, com unhas, roupas, jóias, cabelos, com segurança. Isso torna a mulher mais feminina e protegida por um superman, até um criminal.
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Igor na foto em redes sociais
Reprodução
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Igor Cabral bateu ex-guia no elevador
Redes sociais/reprodução
O que é hibistofilia?
O especialista conversou com a coluna e disse que a hibristofilia é um tipo de parafilia que se manifesta no desejo sexual ou emocional de pessoas que cometeram crimes, especialmente os mais violentos. Os casos de criminosos famosos que receberam cartas de amor, pedidos de casamento e visitas íntimas são comuns em diferentes países. No Brasil, de acordo com Werneck, a figura do marginal foi erotizada de uma maneira particular.
“Aqui, não temos acesso a grandes marginais de Hollywood, apenas os marginais que estão em correntes, vemos isso como homens rudes e repentinos, fazendo coisas com as mulheres e incentivando um pensamento completamente dominado ou dominando um homem rude”, disse ele.
O fetiche, explicou Hector, está ligado a uma idéia de transgressão e fantasia do poder: “Qualquer fetiche é normal, desde que seja feito com consensualidade. A maioria dessas mulheres que estão dispostas a ser mulheres marginais conhecem o risco em que se envolvem, porque participam daquele tipo de vida violenta e contra as regras.
Sentimento de proteção
Mesmo assim, de acordo com o fetichista, há uma construção simbólica que o marginal oferece não apenas perigo, mas também proteção: “Deixe o padrão convencional. Ser mulher ou um transvalor mais protegido, que vive à beira da sociedade, na beira dos padrões de moralidade. Pode ser quebrado na imaginação, o homem sexual, que pode ser violento, pode ser violento.
E televisão e cinema reforçam essa fantasia: “Os companheiros marginais são retratados por viver uma vida requintada. Mesmo que morem na favela, eles estão no melhor lugar, com roupas melhores, melhores posições. É um sonho de princesa, quase”, disse ele.
Fantasia com perigo
No universo das práticas de fetiche, Heitor Werneck também revelou que a fantasia com perigo é mais comum do que você pensa: “Uma casa de fetiche geralmente tem uma gaiola ou simula o seqüestro. Isso também acontece muito. As pessoas são combinadas com o dominante de estar na rua e sequestrado, amarrado, amarrado, sexo na floresta ou em um lar”, disse “”, disse o que está na rua.
Ele continuou: “Isso acontece no projeto Luxuria. O Dominator alerta, a segurança conhece e a pessoa é Amolaga. Ele vai diretamente para a gaiola e a merda em público. Ela é jogada lá. Pelo menos duas vezes, três vezes por ano. Eles são mais caros porque precisam ser planejados, com automóvel, dominador, produção”, disse ele.
Para o especialista, o que diferencia fantasia e realidade é o consentimento: “No fetiche, tudo está acordado. No crime, não. Portanto, é preocupante quando o imaginário se mistura com a realidade sem filtros. Não é amor, é a fantasia disfarçada de salvação”, disse ele.