A atriz e vencedora de Oscar Lupita Nyong’o, 42, revelou nesta semana que ela vive com fibróides uterinos desde 2014. Naquela época, ela foi diagnosticada com 30 fibróides e cirurgia para eliminá -los.
“Perguntei ao meu médico se havia algo que eu poderia fazer para impedir que eles voltem. Ela disse: ‘Não há como. É apenas uma questão de tempo até que eles cresçam novamente”, disse a atriz no Instagram Post.
Ao tornar sua experiência pública, Lupita procurou dar visibilidade aos problemas ginecológicos que são frequentemente ignorados ou silenciados.
Na publicação, o artista também criticou a normalização da dor na saúde feminina e defendeu mais educação, pesquisa e tratamentos acessíveis para a condição de que, embora seja comum, pouco ainda é discutido.
O que são miomas uterinos?
Os miomas uterinos são tumores benignos formados por tecido muscular e fibroso que crescem dentro ou ao redor do útero. De acordo com a ginecologista Barbara Freyre, que serve em Brasília, é mais comum em mulheres em idade reprodutiva e pode atingir até 80% das mulheres ao longo de suas vidas, especialmente na faixa etária de 30 a 50 anos.
“Essas formações podem ser localizadas dentro da cavidade uterina, na parede do útero ou em sua superfície”, explica o médico. O local influencia diretamente a intensidade e o tipo de sintomas apresentados.
Embora o aparecimento de miomas seja muito comum, aproximadamente 70% dos pacientes afetados não apresentam sintomas, o que contribui para o atraso no diagnóstico.
“Muitos casos são descobertos apenas em exames de rotina, como o ultrassom transvaginal. Se a mulher não tem o hábito de monitoramento regular, é possível passar anos sem saber que ela tem miomas”, adverte o ginecologista e o obstetra Monique Novaceck da clínica tencelli em São Paulo.
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Em pacientes sintomáticos, os sinais podem afetar significativamente a qualidade de vida. Veículos prolongados ou menstruações são um dos sintomas mais frequentes.
Cólicas fortes, sensação de peso no fundo do abdômen, dor durante a relação sexual, o aumento do volume abdominal e até as alterações na urina ou na evacuação também podem ocorrer, especialmente quando os miomas são grandes e comprimem outros órgãos.
“Dor intensa e sangramento acabam sendo normalizados. Muitas mulheres acreditam que é a maneira como seu próprio corpo funciona, então eles tomam tempo para procurar ajuda”, adverte Freyre.
Como é o tratamento?
O tratamento depende de fatores como tamanho, localização, sintomas e desejo de engravidar. “Fibróides pequenos e assintomáticos não requerem tratamento imediato, apenas monitoramento”, explica Monique.
Para casos de luz, contraceptivos ou IAR hormonais podem ajudar a controlar o sangramento, embora não reduzam os fibróides.
Em situações com sintomas mais graves, existem diferentes abordagens cirúrgicas. “A miomectomia elimina os miomas e retém o útero, enquanto a histerectomia, indica quando não há desejo reprodutivo, elimina completamente o útero”, diz Barbara.
Outra opção é a embolização das artérias uterinas, o que reduz o fluxo sanguíneo para os miomas, o que as faz diminuir de tamanho.
Especialistas reforçam que qualquer alteração no padrão do ciclo menstrual deve ser investigada. “Sangramento intenso, a dor que dificulta a sensação de pressão rotineira ou abdominal é os sinais de alerta. Nenhuma mulher precisa viver com dor como de costume”, conclui Monique.
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