Taxa de Trump: entenda o impacto econômico no Brasil a uma taxa de 50%

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que as exportações de produtos do Brasil para os Estados Unidos agora serão tributados em 50%. A medida foi publicada na quarta -feira (9/7), através de uma carta enviada ao Presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT). Com essa nova taxa, o Brasil se tornou o país com as taxas mais altas do mundo, aplicadas pelos Estados Unidos, entre os 22 anunciados por Trump.

O professor de economia internacional do Hayek Global College, Maurício F. Bento, explica que a imposição de 50% das tarifas em todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos representa um golpe duro para a economia brasileira. “Os Estados Unidos são um destino relevante para as exportações brasileiras, apenas atrás da China e da União Europeia”, diz ele.


Trump, taxas, Brasil e Bolsonaro

  • Trump ameaçou o mundo com a imposição de tarifas comerciais desde o início de seu mandato e prestou atenção especial ao grupo BRICS e Brasil.
  • O presidente dos Estados Unidos ameaçou 100% das taxas nos países membros do bloco que não se inclinam para os “interesses comerciais dos Estados Unidos”.
  • Depois de deixar o ex -presidente Jair Bolsonaro (PL), Trump ameaçou aumentar as tarifas de exportação brasileira.
  • Na quarta -feira (9/7), o líder americano disse que o Brasil não é “bom” para os Estados Unidos.
  • A taxa de 50% imposta por Trump entrará em vigor a partir de 1º de agosto e será carregada separadamente das tarifas do setor, como aquelas que já atingem o aço e o alumínio brasileiro.
  • Em abril deste ano, o Brasil já havia sido derrotado pela taxa de Trump e inicialmente havia taxado os produtos em 10%.

Segundo o professor, a medida de Trump pode gerar os seguintes efeitos para a economia brasileira:

  • Reduza drasticamente as exportações, afetando diretamente o balanço comercial.
  • Desencorajar investimentos em setores de exportação.
  • Gerar desemprego em cadeias produtivas destinadas ao mercado dos EUA.
  • Aumente a volatilidade da moeda pressionando os custos de importação reais e crescentes.

“Além disso, a medida tem um forte componente político, sendo visto como uma tentativa de Trump de pressionar o governo brasileiro no meio da reunião do BRICS, que ocorreu no Rio de Janeiro”, diz o professor.

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Presidente dos Estados Unidos Donald Trump

Alex Brandon – Imagens Pool/Getty

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Jair Bolsonaro e Ally Donald Trump, presidente dos Estados Unidos

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Jason Miller é o conselheiro de Trump

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Jason Miller com Jair Bolaonaro e Eduardo Bolsonaro em 2021

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Eduardo Bolsonaro com Cory Mills e Filipe Martins em Washington DC

Reprodução/x

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Presidente Donald Trump com Jair Bolsonaro

Alan Santos/Pr

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O deputado do Partido Trump criticou Moraes e apresentou uma conta

Reprodução

Os setores mais afetados

Entre os setores mais afetados da economia, de acordo com Maurício, estão aqueles com a maior exposição ao mercado dos EUA que dependem de margens competitivas, como agronegócio e indústria. Alguns exemplos abaixo:

Agronegócio

  • Café: os Estados Unidos são o principal destino do café brasileiro.
  • Carne: Estados Unidos é o segundo maior mercado, com mais de 500.000 toneladas exportadas em 2024.
  • Suco de laranja: quase metade das exportações brasileiras vai para os Estados Unidos.

Indústria:

  • Aeronaves: a Embraer depende em grande parte do mercado dos EUA.
  • Peças e máquinas automáticas: produtos com maior valor agregado que perdem a competitividade com tarifas altas.
  • Petróleo e derivados: liderem a agenda de exportação, com mais de US $ 2 bilhões em 2025.
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Mineração e óleo

O médico de Economist e Relações Internacionais, Igor Lucena, cita o caso do minério de ferro, uma das maiores fontes de renda do país e cuja perda de competitividade nos Estados Unidos, disse ele, pode ter um efeito dominante em toda a cadeia de mineração.

“O petróleo, especialmente a exportação do Rio de Janeiro, também será afetado, pois, apesar de ser um produto internacional, as tarifas tornam o produto final mais caro para o importador dos EUA, o que pode levar a procurar outros fornecedores”, diz ele.

O advogado especializado em comércio exterior e logística Larry Carvalho ressalta que “a Embraer no setor aeronáutico pode ter um impacto nos impactos significativos, uma vez que os Estados Unidos são o principal destino de suas exportações de alta tecnologia”.

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Adaptação contratual

Carvalho também menciona possíveis impactos diretos nos contratos de exportação e transporte marítimo, o que exigirá, segundo ele, “instrumentos legais robustos para mitigar rupturas do mercado e mudanças geopolíticas”.

A imprevisibilidade gerada pelas medidas protecionistas, como a de Trump, reforça a importância de contratos bem escritos, com cláusulas que protegem as partes contra eventos perturbadores, como tarifas inesperadas.

“As cláusulas de Hardiship, por exemplo, permitem renegociar preços, prazos ou condições de logística quando mudanças externas, como taxas ou aumento da carga marítima, tornam o contrato excessivamente caro. Além disso, o ajuste dos preços ou as cláusulas de revisão periódica podem garantir flexibilidade, evitar disputas”, explica Larry Carvalho.

Reciprocidade

Até então, o governo brasileiro falou ao usar a lei sobre reciprocidade econômica para combater o ataque de Donald Trump. A legislação aprovada pelo Congresso e sancionada por Lula em abril deste ano permite uma resposta institucional, que pode desencadear uma possível negociação.

O professor Maurício F. Bento ressalta que Trump adotou um estilo de “sucessos e negociações”, o que o fez retornar muitas vezes em suas medidas iniciais. Isso leva a acreditar, segundo ele, que o Brasil reagirá refletivamente, sabendo que os lucros podem ser obtidos de maneira negociada.


Possíveis medidas de reciprocidade:

  • Produtos americanos como medicamentos, filmes, livros e produtos industriais.
  • Suspender os acordos ou obrigações comerciais com os EUA.
  • Verifique as patentes e os direitos de propriedade intelectual, como royalties de drogas.
  • Procure novos mercados e acordos bilaterais para reduzir a dependência dos Estados Unidos.
  • O governo brasileiro indicou que prefere negociar, mas é legalmente apoiado para retaliar proporcionalmente.
  • Regras flexíveis da Organização Mundial do Comércio (OMC), que permite tratamento diferenciado para países que danificam o Brasil.
  • Autoriza medidas imediatas, como sobretaxa, suspensão de acordos e até cancelamento de patentes.
  • Fortalecer a posição de negociação do Brasil, que mostra que o país tem instrumentos legais para reagir.

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